Familiares da estudante de Direito Ekelânia Faro de Menezes, 29 anos, morta com um tiro no pescoço pelo soldado da Polícia Militar Edson dos Santos Trindade, 37, negaram ontem, em entrevista ao CORREIO, que a jovem mantivesse um relacionamento amoroso com o policial.
O corpo de Ekelânia, enterrado na manhã do sábado (9), no Cemitério Municipal de Itabaiana, em Aracaju (SE), foi encontrado na madrugada da última sexta-feira dentro do apartamento do soldado, no Conjunto Residencial Trobogy. Até a tarde ontem, o policial militar continuava foragido, segundo informações da Polícia Civil.
De acordo com a irmã da universitária, Ekelânia e Edson eram colegas da mesma turma do curso de Direito. “Não eram namorados, nem nunca foram. Só faziam faculdade juntos”, esclareceu a irmã da vítima, Everlady Faro. Para ela, a irmã foi morta porque não aceitou a proposta de namorar do soldado.
“No dia 30 de dezembro, ela havia me ligado dizendo que ele (Edson) falou que tinha uma surpresa, que queria se declarar porque estava apaixonado. Mas ela não aceitou a proposta de namoro. Não tenho dúvidas que ele a matou por causa disso”, afirmou.
Ainda de acordo com Everlady, Ekelânia é mãe de um menino de 5 anos e passava por um processo de divórcio litigioso, com o ex-marido. A aproximação com Edson teria começado justamente por esse motivo, já que ele era militar e prometeu dar proteção à vítima que dizia estar sendo perseguida pelo ex. “Ele sempre se mostrou disposto a ajudar e a protegê-la porque o ex-marido dela não deixava de persegui-la, mesmo após a separação”.
A jovem foi morta com um tiro no pescoço, dentro do apartamento onde Edson mora, no bairro do Trobogy. Após o crime, Edson ligou para a Base Comunitária de Segurança do Nordeste de Amaralina, onde trabalha, e disse que o disparo havia sido acidental. A Polícia Civil afirmou que o crime teria acontecido após uma discussão entre os dois.
Militar já tinha estapeado e apontado arma para vizinha, dizem moradores
Moradores do Conjunto Residencial Trobogy, onde o crime aconteceu, relataram que viram Edson entrando em casa, no apartamento 02 do Edifício Manajé, com uma mulher, entre 19h30 e 20h30 da última quinta-feira. O corpo de Ekelânia foi localizado por volta de 1h30 de sexta-feira por policiais militares, dentro do segundo quarto do apartamento de Edson.
Desde então, o carro dele, um VW Crossfox preto, não foi encontrado. A arma do crime também não foi localizada. O PM Edson dos Santos Trindade ingressou na Polícia Militar em 2008. O soldado está lotado na 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina).
Edson já era conhecido pela vizinhança pelo comportamento agressivo. Moradores do prédio contaram que há cerca de um ano, o PM deu um tapa no rosto de uma vizinha e apontou uma arma para a cabeça dela durante a discussão.
O motivo foi o mau cheiro causado pelos gatos que a vizinha criava. A queixa da agressão foi registrada na 10ª Delegacia (Pau da Lima). A informação foi confirmada pela Polícia Civil, que também assegurou que, após serem ouvidos, o policial e a vizinha que prestou a queixa foram liberados.
A polícia não detalhou em qual data e mês a ocorrência de agressão foi registrada. O caso da morte de Ekelânia segue sob investigação de Marcelo Sansão, coordenador da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Com informações do Correio.
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