Se for concretizado que o senador Otto Alencar (PSD) será o candidato ao governo da Bahia, após o recuo de Jaques Wagner (PT), o ministro João Roma (Republicanos) pode respirar aliviado.
Com essa nova formatação da chapa governista, Otto será o “boi de piranha” da turma petista que teme enfrentar ACM Neto (UB) e ainda perder a vaga do senado.
Com Wagner na disputa, o teto máximo que o petista poderia chegar é de 30%. Já com Otto, não passa de 25%.
Contudo, o ministro [Roma] que é cercado de amadores tirados a cientistas políticos, se saber usar a estratégia, pode tirar Otto do segundo turno.
A petezada baiana não vai entrar 100% na campanha do ex-carlista [Otto], é onde o ministro precisa assegurar os 15% a 20% do bolsonarismo e correr contra o tempo para ultrapassar os 25% e ir para o segundo turno e enfrentar Neto.
Mas para isso, precisa profissionalizar a pré-campanha de brinquedo dele e de Raissa que foi crucificada com a chegada de Rui na disputa pelo senado. Quem quer se aventurar enfrentando o governador?
Pois bem, Raissa precisa recuar e entrar na vice de João Roma, formando uma chapa puro sangue bolsonarista, sendo anunciada oficialmente e com grande holofote pelo presidente Jair Bolsonaro.
No último dia 23, Roma e Raissa tiraram uma foto com o presidente e se lançaram candidatos ao governo e ao senado, respectivamente, mas não foram anunciados oficialmente pelo presidente.
Percebe-se que o anúncio tardio e amador, orquestrado pela dupla, passou despercebido e não causou impacto no bolsonarismo baiano.
Enfim, falta articulação na dupla, mas ainda dá tempo de se profissionalizar e tirar Otto do segundo turno, e pode contar com ajuda indireta da própria petezada. O PT sonha com a prefeitura de Salvador, mas para isso, precisa derrotar Neto agora, seja com Otto ou com Roma.