Uma fisioterapeuta está sendo acusada de aplicar um golpe contra a SulAmérica, em Salvador. O plano afirma que Juliana Silva Andrade pedia reembolso por consultas que não foram realizadas e que usava o nome de um médico sem autorização. Em dois anos, ela emitiu 2.620 solicitações para 402 pacientes, totalizando R$ 5,2 milhões. Em apenas um dia de trabalho foram apresentados 177 recibos. Esse foi o segundo caso de fraude em pedidos de reembolso envolvendo a empresa em menos de quatro meses.
Segundo a SulAmérica, o volume de pedidos chamou a atenção e a fraude foi descoberta através de ferramentas de tecnologia que cruzaram as informações. A empresa também consultou profissionais especializados no combate à fraude, e fez análise de login e senha dos beneficiários para o chamado reembolso assistido.
As notas foram emitidas entre dezembro de 2020 e março de 2023, e a auditoria interna finalizou o relatório que comprovou a fraude em novembro do ano passado. Em seguida, a empresa apresentou um pedido de limitar na 7ª Vara Cível de Salvador.
No dia 15 de janeiro, o juiz George Alves de Assis analisou a matéria. No documento a SulAmérica pediu que Juliana seja impedida de solicitar novos reembolsos, que ela seja proibida de emitir recibos ou notas fiscais direcionadas a beneficiários dos planos de saúde comercializados pela empresa e que a SulAmérica seja autorizada a negar reembolso de recibos emitido pela fisioterapeuta.
Na liminar, o plano de saúde solicitou também que a Agência Nacional de Saúde Suplementar suspenda as Notificações de Intermediação Preliminar (NIP’s) abertas, e outras que venham a ser abertas, em relação à solicitações de reembolsos que tenham por base recibos ou notas fiscais emitidos pela fisioterapeuta. O documento lembra que a profissional usou relatórios de médicos sem autorização.
A operadora solicita uma indenização de R$ 400 mil para custas processuais e ainda vai ajuizar a ação de reparação de danos contra a profissional. O advogado e representante jurídico da SulAmérica Serviços de Saúde e SulAmérica Companhia de Seguro Saúde, Henrique Pires Arbache, explicou que há casos de pacientes que sequer conhecem os médicos que aparecem assinando as prescrições que a fisioterapeuta apresentou para solicitar os reembolsos.
“Em algumas datas foi verificado um volume de atendimento que seria humanamente impossível de ter sido prestado. Em um determinado dia, por exemplo, havia 177 atendimentos realizados pela profissional, o que demandaria mais de 80 horas se cada sessão tivesse durado apenas 30 minutos. A partir disso a operadora decidiu comunicar os fatos a autoridade policial e ingressamos com a ação na justiça”, disse.