José Batista faz diagnóstico do município e aponta problemáticas em diversas áreas
Iniciado na vida pública como entregador de cartas – office boy – , José Batista da Silveira, mais conhecido pelo apelido Bola, atualmente consultor político de candeias, relata o quão crítico encontra-se o município, e aponta problemáticas herdadas à várias gestões do poder público. O Candeense e morador do bairro de Santo Antônio aponta pontuais desafios encontrados pela população local, como infraestrutura, saúde, comércio, educação, áreas estas que precisam de um olhar mais sensível pelos gestores imediatos.
Durante seu projeto de vida, tornou-se um experiente assessor parlamentar, este, atuante em Brasília, Salvador e, nos municípios de Candeias, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Camaçari – ambos localizados no estado da Bahia. Aos 33 anos teve grande parte de sua vida ligada ao cargo público, tendo como seu primeiro assessorado o ex vereador Antônio Bordoni, ocupando o cargo de assessor parlamentar, na Câmara de Candeias. Quando questionado sobre sua formação política, este cita nomes – que não somente influenciaram positivamente para a sua vida como cidadão e profissional, mas também para o município, segundo ele -, como Eliodoro de Jesus, Manuel Amorim e Mário Lima, ambos políticos candeenses.
Nas primeiras palavras da entrevista, Bola afirma ser filho de uma Candeias que é uma “boa mãe adotiva”, pois, oportuniza profissionais de fora e esquece dos que são nascidos aqui. “Eu sou filho de uma candeias que era considerada o berço do petróleo brasileiro e, hoje, vejo minha cidade ser esquecida, abandonada, sendo ruim para teus filhos. Nos cargos públicos muitos que ocupam não são daqui, são de fora, o que vai contra a lei orgânica do município. As melhores secretarias estão com gente de fora que não são comprometidas”, disse. O consultor político revela ainda como é rica a cidade. “O meio político de candeias é perverso, sofremos com um descaso que só cresce, situação esta, não justificável porque estamos falando de uma cidade rica, que dentre os 417 municípios do estado, é a 6ª maior renda da Bahia, contribuindo com 60% do PIB baiano. Somos agraciados com o CIA Norte, com a Sudic (Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial); algumas empresas de grande porte são instaladas aqui na cidade e, a Secretaria de Indústria e Comércio não contribui para o crescimento destas áreas. Carecemos de investimento”, esclarece.
Hoje, há várias situações precárias em Candeias que precisam ser amenizadas e/ou solucionadas, sejam elas a curto, médio ou longo prazo – estipulado. Bola esclarece que tem vereadores que tentam ser atuantes, mas se barram a chamada “ditadura administrativa”, o que retarda os processos e tomadas de decisão. O atual diagnóstico do município, feito pelo então consultor político, é caótico e revela o que foi prejudicado e o que precisa ser melhorado. Na saúde, por exemplo, uma unidade emergencial foi fechada e o acesso a UPA – em frente ao hospital Ouro Negro – é difícil, necessitando de transporte para a locomoção. A população Candeense sofre em grande parte com problemas respiratórios, pois, o município está localizado em uma área de grande poluição. O Hospital carece de aparelhos para exames de mamografias também é uma problemática na saúde.
Quanto à Educação e Infraestrutura, Bola afirma ser a cidade do buraco e do pouco investimento nos estudos. “Quando os gestores investem em candeias é para pintar quadras. Não temos uma escola modelo de segundo grau. A melhor mão de obra para a indústria é daqui de candeias e o poder público não investe em uma escola técnica de solda, por exemplo. As secretarias não são ativas, de trânsito, turismo, juventude, de planejamento e tantas outras que precisam despertar. A nossa rodoviária clama por reforma, não tem um estacionamento na entrada da cidade e os distritos de candeias todos abandonados com projetos de asfalto que não vão pra frente”, afirma. Ainda acrescenta. “O comerciante da cidade completamente abandonado, uma central de abastecimento esquecida, a nossa grande fonte de renda precisa ter mais investimento para ter qualidade”, fez o quadro situacional do município.
O povo elege dois poderes que administram a cidade. O Legislativo e o Executivo, este com papéis diferentes e importantes para o progresso do município. Cabe ao legislativo (vereador) fiscalizar as obras que são realizadas pelo executivo (prefeito), para então provocar o crescimento ordenado e bem administrado de uma cidade. No entanto, segundo Bola, os papéis, muitas vezes, se destoam, pois, infelizmente, parcelas de culpas em todos os lados ocorrem. “O mais importante é o papel do vereador que tem por responsabilidade fiscalizar as obras, é quem nos representa por quatro anos, mas, em candeias vira um assistente social de folha – não são todos – pois a população prefere o chamado assistencialismo”, explica.
Segundo Bola é um cenário crítico que precisa mudar e, que muito ocorre em decorrência de um comportamento equivocado de algumas gestões políticas: a não continuidade dos bons trabalhos na cidade. “Uma das boas conquistas para o progresso de candeias é que, somos uma cidade portuária, temos o Porto Aratu Candeias, entretanto, quando alguém desabastece aqui não menciona o nome do local como patrimônio nosso, é chamado de Bahia de Aratu, o que nos prejudica e muito, pois, perdemos receita. Como foi uma conquista de mandatos anteriores, conforme lei federal de 2011 (Lei Porto de Aratu Candeias criada sancionada em 2013 pela presidente Dilma Rousseff), equivocadamente os atuais não dão continuidade, seja com uma placa de sinalização, por exemplo, como forma de divulgar e fazer ser reconhecido por todos o que nos é de direito, o porto do nosso município”, explica o consultor.
O então consultor afirma que a população – assim como ele – precisa ser municipalista, um ser político 24h que acompanha as tomadas de decisões da administração que impactarão no progresso de uma melhor Candeias.
Fonte: Folha do Recôncavo.
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