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Sem controle, facções alimentam violência na Bahia

Surgimento de grupos criminosos no estado ocorre a partir de 2007, junto com grupos petistas

Redação Tia Cândia Por Redação Tia Cândia
04 de julho de 2022.
Sem controle, facções alimentam violência na Bahia

Na Bahia, 76.736 vidas foram ceifadas em 13 anos, segundo o Atlas da Violência  – uma média de 5,9 mil pessoas assassinadas, por ano, entre 2007 e 2019. Para se ter uma ideia, 391 cidades baianas possuem uma população menor que o número total destas mortes violentas pesquisadas. Pior: o principal motivo desta violência é o aumento da criminalidade associado à expansão das facções pelo território baiano.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que 80% dessas mortes estão relacionadas de forma direta ou indireta ao comércio de entorpecentes. Esse fenômeno aconteceu a partir da morte do símbolo deste comércio ilícito, o traficante Éberson Souza Santos, o Pitty. Ele fundou a primeira facção na Bahia no final dos anos 90, a Comissão da Paz (CP), no Complexo Penitenciário da Mata Escura.  

A princípio, o grupo tinha sido criado para negociar o cotidiano dos internos dentro do Presídio Salvador, mas Pitty, embebecido de ideias empresariais, aprimorou suas diretrizes e expandiu a sigla e as ideias da CP para além dos muros da unidade, formando grupos em vários bairros de Salvador. Para entrar na disputa pelo controle do tráfico de drogas na capital, o arquirrival de Pitty, o também interno do complexo Genilson Lino da Silva, o Perna, fundou a facção Caveira. Os dois comandavam todas as ações de dentro do complexo. 

Enquanto a Liberdade, Caixa d’Água, Iapi, Santa Mônica, Avenida Peixe, Pernambués, Engomadeira e o Complexo do Nordeste (Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho) eram controlados pelo CP, Brotas, Engenho Velho de Brotas, Federação, Calabar e toda a Suburbana estavam sob o domínio dos Caveiras. No auge da guerra entre as facções, Pitty fugiu do complexo e acabou morto pela polícia, em agosto de 2007. 

A partir daí, o tráfico de drogas foi pulverizado, com o surgimento de outras organizações criminosas na capital e região metropolitana e, mais tarde, no interior da Bahia. 

Toda essa movimentação aconteceu logo após o controle do PT sobre o estado, começando com a vitória de Jaques Wagner na disputa de 2006, seguida pela sua reeleição em 2010 e dois mandatos do atual governador, Rui Costa, eleito em 2014 e reeleito em 2018. 

“O Estado falhou por não conseguir detectar esse processo, de não adotar as medidas necessárias para frear, como fortalecer mais o sistema de segurança pública, aumentar o efetivo das polícias e se articular com os órgãos federais para poder fazer frente a esse processo”, declarou o especialista em segurança pública e coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Bahia, coronel Antônio Jorge.

Além da CP e dos Caveiras, a Secretaria de Segurança Pública passou a lidar com novos problemas: o surgimento do Bonde do Maluco (BDM), que foi uma dissidência dos integrantes mais cruéis dos Caveiras e que passou atacar os territórios dos ex-comparsas e da CP, e também com a chegada do Katiara dominando a região do Recôncavo do estado. “Faltou uma visão mais ampla, faltou antecipação, por que isso não aconteceu de uma hora para a outra, isso já vinha e hoje buscamos paliativos para fazer frente a esses grupos”, criticou o coronel Antônio Jorge. 

Há poucos mais de cinco anos, novas facções surgem no cenário, como Ordem e Progresso (OP) e o Bonde do Ajeita, acirrando ainda mais os confrontos pelo domínio do tráfico, principalmente na capital e Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

Assim como acontece nos bairros soteropolitanos e cidades da RMS, o Complexo Penitenciário da Mata Escura, o maior do estado, também é dividido por facções que disputam o controle do tráfico na Bahia. Segundo o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb), a divisão se faz necessária para evitar uma “carnificina” no complexo penitenciário. Mas nada disso conseguiu evitar a chacina no complexo em fevereiro desde ano. Durante uma rebelião, dos 17 feridos, 11 foram baleados – cinco morreram. 

“A expansão das organizações ligadas ao comércio das drogas ilícitas está diretamente ligada à opção do estado na política de guerra. Tanto do ponto de vista de organizar o território a partir da distribuição da violência, como a superlotação do sistema prisional, que está diretamente ligado ao comércio ilícito de drogas e que se conecta com diversos outros ilícitos que impactam na segurança pública nas cenas urbanas e rurais”, declarou o co-fundador e coordenador executivo da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Dudu Ribeiro, integrante da rede de Observatórios de Segurança.

Alianças 

Em 2020, aconteceu uma aliança forte e perigosa para a segurança pública na Bahia. A facção Comando da Paz se tornou célula de uma das maiores organizações criminosas do país, o Comando Vermelho (CV).  Ou seja, o CV não fornecia apenas armas e drogas para o estado: ele se estabeleceu em bairros de Salvador. “Nosso estado vem sendo há algum tempo alvo de uma dinâmica entre as organizações criminosas. A aliança entre as facções locais com as nacionais. Com isso, houve um acirramento entre essas facções pela conquista e manutenção dos territórios”, declarou coronel Antônio Jorge.  

De acordo com fontes da SSP, a aliança entre a CP e o CV não surgiu somente do interesse da organização carioca. Os traficantes Joseval Bandeira, o Val Bandeira, e Leandro Marques Cerqueira, o Leandro P, queriam há bastante tempo eliminar o líder da OP, Thiago Adílio dos Santos, o Coruja. 

Apesar de terem o CV como fornecedor de armas e drogas, a CP e a OP são rivais – a OP é uma dissidência da CP e tem o controle do tráfico na Liberdade, Iapi, Cidade Nova, Santa Mônica e Sieiro. Todos esses bairros já foram um dia as principais áreas de atuação do CP fora do complexo do Nordeste de Amaralina, quando o seu principal fundador, Pitty, ainda estava vivo. 

As conexões com o narcotráfico passaram a ser mais intensas e por consequência o aumento de assaltos, assassinatos e outros tipos de crimes no estado, o que influenciou nos números citados no início da matéria. “No nosso monitoramento da rede de observatório da segurança pública da Bahia, é um fator de expansão das organizações criminais, tendo alimentado outras lógicas de conflitos territoriais, como venda de armas, corrupção no estado e participação de agentes públicos”, disse Dudu Ribeiro, integrante da rede de Observatórios de Segurança. 

Interior

A escalada da violência desses 13 anos do governo do PT  não ficou restrita à capital. O interior do estado também vem perdendo o ar bucólico para o tráfico de drogas, assalto, explosões de bancos e caixa eletrônicos, homicídios, sequestros e outros tipos de criminalidade, que antes eram só vistas em Salvador. “Antigamente não se tinha problema de drogas nas cidades do interior. Hoje, tem. Esse processo está acontecendo em todo o estado”, comentou o especialista em segurança pública e coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Bahia, coronel Antônio Jorge.  

Ao contrário de Salvador, as facções no interior são independentes, como a DMP, que controla os bairros de  Daniel Gomes, Maria Pinheiro e Pedro Jerônimo, em Itabuna, região sul do estado. O grupo surgiu em 2014 e vem disputando o domínio na região com os rivais do Raio A e Raio B.  A 277 km de Itabuna, Porto Seguro vive também confrontos diários entre os grupos CP (Campinho) e MPA (Mercado do Povo Atitude). 

Ainda no sul da Bahia, o Terceiro Comando é a maioria em Ilhéus. Em Vitória da Conquista, na região sudoeste, o BDN (Bonde do Neguinho) surgiu em 2019 e hoje detém os comércio de entorpecentes da cidade e adjacências.  Já no Extremo-sul, em Eunápolis, a atuação é do Primeiro Comando. 

Solução 

Para a professora de Direito Penal e Processual e de Movimentos Sociais da Universidade Estado da Bahia (Uneb), Márcia Margarida Martins, mestre em Segurança Pública pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), a solução não está na construção de presídios. “Não é encarcerar a juventude ou matar os jovens negros da periferia. É resgatar eles antes que cheguem aos presídios, é aproveitar através da educação para evitar a ressocialização”, disse. 

A especialista aponta outras medidas que deveriam ser adotadas pelo governo do estado. “ Se tivéssemos as políticas públicas necessárias nos bairros periféricos, para amparar esses jovens desamparados, certamente teríamos um grande número deles longe da criminalidade e nós não teríamos esse número exorbitante referente às facções. Se você desampara a periferia e os traficantes vão lá para ampará-los, obviamente vai receber o amparo de quem está dando”, declarou.

O CORREIO procurou a Secretaria de Segurança Pública, mas não obteve resposta até o fechamento da edição. 

HOMICÍDIOS NA BAHIA

2007 – 3.645 

2008 – 4.797 

2009 – 5.432 

2010 – 5.844

2011 – 5.549

2012 – 6.148

2013 – 5.694

2014 – 6.052

2015 – 6.012

2016 – 7.171

2017 – 7.487

2018 – 6.787

2019 – 6.118

Por Bruno Wendel/Correio 

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